Após dois anos de um trabalho intenso e meticuloso o Yawl de 50 pés, projetado pelo arquiteto naval americano Phil Rhodes, a restauração da embarcação foi concluída, e o veleiro clássico Froya II o voltou a fazer viagens e trazer aos seus ocupantes a brisa e o charme que apenas um barco deste tipo pode proporcionar.
Originalmente construído em madeira mogno, spruce pine e teca, o barco norueguês, de 1968, foi comissionado por Sir Oiving Lorenzen, membro da família real norueguesa, e veio para o Brasil nos anos 70. De lá pra cá mudou diversas vezes de nome, sendo chamado de My Hobby, Halakah e por último, voltou ao nome original do projeto Froya II. Concorreu em diversas regatas, Santos – Rio e Buenos Aires – Rio, mas com o passar do tempo sofreu com a falta de manutenção que o deixou envelhecer nas águas da Baía de Guanabara. Em 2009 foi comprado por um velejador entusiasta que identificou o velho barco como um grande clássico nacional e confiou ao estaleiro Kalmar o desafio de trazer o veleiro novamente à vida. Assim, realizou uma ousada travessia sem motor do Rio de Janeiro até a cidade de Itajaí para que a embarcação pudesse renascer.
O Froya II chegou ao estaleiro e passou por uma vistoria detalhada que apontou problemas diversos nos vaus, cavernas, quilha, roda de proa e pés de cavernas, que precisaram ser refeitos. O trabalho mais fantástico foi na recuperação da roda de proa e quilha, responsáveis pela beleza dianteira do barco e sustentação das estruturas do casco, respectivamente. Nessas estruturas todo o material antigo foi removido e trocado por novas peças de madeira laminada, da proa a popa. O tabuado segurou todo o barco enquanto os serviços foram realizados. Algumas áreas tiveram parte das tabuas trocadas, um trabalho pequeno perto da necessidade de remover todas as cavilhas e inspecionar todos os parafusos, trocando aqueles que foram necessários.
O restauro não ficou apenas na parte estrutural, o trabalho foi feito em todos os detalhes e com um cuidado meticuloso manteve toda a mobília original do Froya II, reformando as peças e as fixando de forma mais eficaz com epóxi. Paralelo a recuperação da parte estrutural, as ferragens, como as antigas catracas australianas, foram restauradas e cunhos, passa-cabos, vigias, dobradiças, maçanetas, entradas de ar e prismas tornaram-se belíssimas peças em tom bronze envelhecido, dando um toque especial à estética do barco.
Pintura e verniz finalizaram a obra com acabamento impecável, fruto da experiência do Kalmar em quase 30 anos de existência. Externamente, verniz brilhante foi aplicado em elementos estratégicos, na busca da melhor solução estética para o conceito clássico. Internamente, verniz suave e fosco ressalta o tom amadeirado da mobília e anteparas, em contraste com áreas em branco tom de barbante. O piso frisado envernizado traz ao ambiente mais um toque da linguagem do design clássico e do barco de madeira. O belo casco do Froya II é agora mais imponente em seu tom Azul Kalmar. Uma linha d`água em tom verde escuro é mais um artifício para alcançar o conceito de elegância e nobreza deste precioso veleiro.
Os mastros de alumínio também foram recuperados e as novas velas, em tom cream foram escolhidas para dar o toque final a este belo clássico. Com motorização Yanmmar 110 hp, Froya II agora integra a flotilha de veleiros clássicos do Brasil.
COMPRIMENTO | 50 pés |
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COMPRIMENTO DA LINHA D´ÁGUA | 35 pés |
BOCA MÁXIMA | 12 pés |
CALADO | 2,30 m |
TANQUE DIESEL | 300 L |
VELOCIDADE CRUZEIRO | 6 – 10 KN |
CAPACIDADE (DIA/NOITE) | 6/8 pessoas |
PROJETO | Philip Rhodes (EUA) |
VERSÃO | Bermudan Yawl |
ANO | 1968 |